In vitro é uma expressão do latim que significa “em vidro” e refere-se à técnica de executar um determinado procedimento em um ambiente controlado fora de um organismo vivo.
Os testes in vitro podem ser realizados em uma vasta gama de células de tecidos humanos ou animais, devendo ser selecionado o material biológico que mais se adequa ao propósito do teste.
A viabilidade e/ou proliferação celular pode ser avaliada por contagem do número de células, uso de corantes vitais, incorporação de radioisótopos, formação de colônias, aderência celular, produtos de metabolismo, entre outros parâmetros.
Atualmente, este tipo de teste é frequentemente utilizado no desenvolvimento de medicamentos, nutracêuticos, alimentos funcionais e cosméticos visto que permitem:
• detectar propriedades tóxicas e seus mecanismos ;
• incorporação de material humano em testes;
• identificar e quantificar componentes bio-ativos e seus metabólitos;
• reconhecer mecanismos de ação, absorção, biodisponibilidade, metabolismo e atividade biológica.
Estudos in vitro são fundamentais para o processo de desenvolvimento deste tipo de produtos devido à sua capacidade de fornecer uma base para prever os resultados clínicos do produto (ou seu componente), incluindo o seu sucesso ou fracasso in vivo.
As análises são realizadas nos estágios iniciais do processo de descoberta, quando a seletividade e as possíveis interações do composto estudado em relação ao alvo terapêutico desejado são estabelecidas.
Estes estudos analisam a absorção, distribuição, metabolismo e excreção de medicamentos, o que permite uma avaliação do seu desempenho, toxicidade, eficácia e efeitos secundários.
Os laboratórios recorrem preferencialmente a testes in vitro devido às seguintes vantagens:
- Não requer animais ou humanos
- Ausência de restrições éticas
- Evitar a necessidade de submeter protocolos animais
- Evitar/diminuir a necessidade de pessoal de laboratório com experiência no manuseio de animais
- Menos preocupações de segurança
- Menor custo
- Mais rápidos
Os testes in vitro não substituem totalmente os testes em animais, mas contribuem para a redução do número de animais usados na triagem de novos produtos.
O problema do estudo in vitro é que este não é uma representação completa da resposta de um animal ou ser humano ao produto.
O corpo humano é muito mais complexo do que uma simples cultura de células, pelo que existe uma grande diferença entre um composto injetado em uma célula e o mesmo composto administrado a um ser humano. Além disso, os estudos in vitro não podem prever inteiramente a influência que esse componente terá sobre os órgãos e sistemas, ou a interação com outros. Para tal, são necessários estudos in vivo, de modo a esclarecer todas essas informações em falta antes da realização dos ensaios clínicos.